ATA DA VIGÉSIMA OITAVA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-8-2001.

 


Aos vinte e três dias do mês de agosto do ano dois mil e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Zélio Wilton Hocsman, nos termos do Projeto de Resolução nº 041/01 (Processo nº 1950/01), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Deputado Estadual Kalil Sebhe Neto, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Oli Érico Facchin, Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Senhor Cleomar Pereira Lima, Presidente do Conselho Regional do Desporto; o Senhor Zélio Wilton Hocsman, Homenageado; o Vereador Reginaldo Pujol, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, solicitou ao Vereador Reginaldo Pujol que assumisse a presidência dos trabalhos. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Fernando Záchia, como Proponente da presente solenidade, discorreu sobre aspectos relativos à vida pessoal e profissional do Homenageado, destacando os valores humanos sempre presentes nas relações pessoais travadas por Sua Senhoria e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador Aldacir Oliboni, em nome da Bancada do PT, salientou a justeza da concessão do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Zélio Wilton Hocsman, elogiando as ações desenvolvidas por Sua Senhoria na área social e parabenizando o Vereador Fernando Záchia pela iniciativa de propor esta solenidade. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PMDB, louvou a iniciativa do Vereador Fernando Záchia de propor esta solenidade, lembrando a trajetória de vida do Senhor Zélio Wilton Hocsman como líder empresarial e líder esportivo e ressaltando as ações de cunho social desenvolvidas por Sua Senhoria em prol do cidadãos carentes da Capital. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, externou sua satisfação em poder participar da presente solenidade, reportando-se à aprovação por unanimidade do Projeto de Resolução que deu origem a homenagem hoje prestada ao Senhor Zélio Wilton Hocsman e elogiando o trabalho realizado pelo Homenageado nas várias federações esportivas das quais participou. O Vereador João Antonio Dib, em nome da Bancada do PPB, afirmou a justeza da concessão do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Zélio Wilton Hocsman, manifestando seu reconhecimento às atividades filantrópicas e às ações como líder empresarial desempenhadas pelo Homenageado, destacando o papel da família no sucesso obtido por Sua Senhoria. O Vereador João Bosco Vaz, em nome da Bancada do PDT, frisou a importância do Senhor Zélio Wilton Hocsman para a sociedade gaúcha, destacando as ações solidárias presentes na vida do Homenageado e cumprimentando o Vereador Fernando Záchia pela iniciativa de propor a entrega do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre a Sua Senhoria. O Vereador Cassiá Carpes, em nome da Bancada do PTB, referindo-se às homenagens hoje prestadas por este Legislativo a cidadãos ilustres de Porto Alegre, salientou o talento com que o Senhor Zélio Wilton Hocsman desenvolve suas atividades profissionais e sociais, ressaltando a importância das atividades esportivas no combate ao uso de drogas. A seguir, o Vereador Fernando Záchia, na presidência dos trabalhos, convidou o Vereador Isaac Ainhorn para, juntamente com Sua Excelência, procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Zélio Wilton Hocsman. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Zélio Wilton Hocsman, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e cinquenta e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Reginaldo Pujol, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Sr. Zélio Wilton Hocsman, com o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, nos termos do PR nº 041/01, de autoria do Vereador Fernando Záchia.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Zélio Wilton Hocsman, nosso homenageado; Deputado Kalil Sehbe Neto, representante da Assembléia Legislativa do Estado; Sr. Oli Érico Facchin, Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense; Sr. Cleomar Pereira Lima, Presidente do Conselho Regional do Desporto. Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Ver. Reginaldo Pujol, 2º Vice-Presidente da Casa, para que assuma a presidência dos trabalhos a fim de que eu possa usar da tribuna e falar como proponente da homenagem.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra e falará como proponente da homenagem.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhoras e senhores, amigos, familiares do nosso homenageado, o Zélio, o querido Zelinho. Vamos falar numa linguagem que todos nós possamos entender: o Zélio é destas figuras raras na Cidade de Porto Alegre, pelo seu valor humano. Sou Vereador pelo terceiro mandato, e tive a honra de aqui já ter concedido Título de Cidadão a João Havelange, a André Forster, a Abílio dos Reis, a Rui Carlos Ostermann, ao Dr. Bruneto, Presidente do Instituto do Câncer Infantil, pessoas que fazem, como o Zélio, um grande trabalho por Porto Alegre, nas questões sociais, nas questões esportivas, como é o caso de Abílio dos Reis. No caso do João Havelange, não especificamente em Porto Alegre, mas no aspecto do desenvolvimento do futebol, trata-se de uma figura, em nível mundial, que teve uma participação efetiva no desenvolvimento do futebol em Porto Alegre. Todas pessoas importantes para a construção da Cidade de Porto Alegre. O Zélio não foge disso, o Zelinho, que nós conhecemos tão bem.

Eu tenho a certeza, por conhecer um pouco o Zélio, que, da noite de ontem para hoje, o Zélio deve ter dormido pouco. Inquieto, que é uma característica sua, angustiado, como sempre o foi, nervoso, que o Grêmio o assim o fez, mas o Zélio, ontem à noite, deve ter, naquele momento, feito aquilo que nós muito poucas vezes fazemos: olhar, através do retrovisor, a nossa vida. Olhar para trás, fazer uma avaliação do que aconteceu até então para que justificasse, o que significaria isso para o Zélio, essa importância tão grande do recebimento de um Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, que lhe foi concedido de uma maneira unânime.

E, certamente, nessa avaliação, nessa reflexão que fez, o Zélio teve ter pensado em toda a sua vida, nos momentos extremamente felizes, nos momentos difíceis, que nós sabemos que o Zélio passou, nos momentos de afirmação pessoal, de crescimento, da constituição familiar, de perdas importantes e duras, mas que essas perdas o fizeram, cada vez mais, amigo de seus amigos e, cada vez mais, fizeram com que a valorização da vida, a valorização da relação humana fosse acentuada na sua vida. E isso foi, talvez, uma das coisas que mais propiciou para que granjeasse mais amigos e relações novas.

Eu, particularmente, conheci o Zélio numa situação de extrema adversidade: o Zélio era Diretor de futebol de salão do Grêmio, em 1986 e 1987, e eu era Diretor do futebol de salão do Internacional. Adversários dentro do campo esportivo, mas ali comecei a conhecer o Zélio e ali comecei a entender e a compreender por que os seus amigos tinham essa relação tão intensa com ele, e, mesmo sendo seu adversário no campo, passei a admirá-lo pelo grande ser humano que é. Foi um ano difícil para o Zélio e para a Zóia, para o Henrique e para o Beto, o ano 1986. Um ano que tinha características próprias de dificuldades pessoais, mas, nesse ano, comecei a me relacionar com o Zélio. E comecei, cada vez mais, a entender, a compreender essa relação pessoal intensa que o Zélio consegue ter com os seus amigos. Se me perguntassem sobre a grande característica do Zélio, dentre outras, como a visibilidade na relação intensa com o Grêmio, com o IPA, com a FEDERASUL, com o Lions Independência, de Porto Alegre, eu diria que o que mais marca o Zélio é a sua relação com os seus amigos, essa característica ímpar que o Zélio tem de querer resolver o problema dos seus amigos. Coisas em que o Zélio não se deveria envolver, mas ele tem a característica de querer abraçar os problemas dos seus amigos, de querer-se envolver com eles. Isso caracteriza o Zélio na perfeição da relação com os seus amigos.

Eu e o Zélio ficamos em campos opostos no futebol: eu me envolvendo no futebol profissional, o Zélio no futebol do Grêmio, cada vez mais adversários esportivos mas, cada vez mais, amigos pessoais. Isto é extremamente difícil!

Eu sempre digo que tenho grandes amigos no Grêmio, amigos antigos, como o Dênis Abraão, de antes do Grêmio, agora, o Zélio foi um amigo que eu adquiri durante uma relação esportiva, o que é diferente de uma relação anterior.

Eu comecei a conviver com o Zélio, ele como dirigente de futebol do Grêmio, e eu como dirigente de futebol do Internacional, portanto adversários esportivos. E, como adversários, nós intensificamos a nossa relação de amizade.

Zélio, eu fico extremamente feliz em ter podido oferecer o teu nome em um projeto - no início tem-se dúvida da aceitação – e alegre fiquei quando ele foi aprovado por unanimidade, por todos os Vereadores de Porto Alegre. E todos aqueles que te conhecem um pouco mais proximamente me diziam: “Záchia, faz-se justiça homenageando o Zélio.” Por tudo o que o Zélio faz pela Cidade de Porto Alegre, pelas suas relações com o Lions, com o Instituto do Câncer Infantil, com todas aquelas pessoas que têm dificuldades. O Zélio sempre se envolve nessas causas sociais.

Zélio, nós, que temos a preocupação da formação de uma geração futura, a geração que vai governar esta Cidade, desejamos que ela tenha a característica incomum que tu tens, a característica humana, de um homem preocupado com as relações humanas. Só se vai construir uma sociedade mais justa, mais equilibrada, se essa sociedade tiver na questão humana a sua preponderância.

Então, Zélio, eu fico extremamente feliz por ti, por ver os teus amigos e pelo fato de, hoje, Porto Alegre poder homenagear um filho ilustre que tanto fez para ser hoje Cidadão Emérito de Porto Alegre. Na Câmara de Porto Alegre temos o Conselho de Cidadãos Eméritos e Honoríficos da Cidade de Porto Alegre, todas essas figuras ilustres que, ao longo dos anos, construíram, solidificaram a sociedade porto-alegrense, os quais - através do seus Vereadores – foram escolhidos ou como Cidadãos Eméritos ou Cidadãos Honoríficos. Criou-se aqui um Conselho de Cidadãos; eles, permanentemente, se reúnem, discutem os problemas de Porto Alegre. Enfim, trabalham para o crescimento da Cidade e da nossa sociedade.

Eu tenho convicção absoluta de que, a partir de agora, o Zélio, sendo já um Cidadão Emérito de Porto Alegre, já está fazendo parte desse Conselho, por certo vai querer estar aqui, talvez comandando, vai querer, talvez estar presidindo mais um conselho, para desenvolver mais um trabalho, para meter a mão e dar certo. Assim como sempre deu certo a sua participação no Grêmio, no Lions, no Instituto do Câncer Infantil, no IPA e, principalmente, na relação que tem com os amigos. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia assume a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra e falará em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome do Partido dos Trabalhadores, também queremos nos somar nesta homenagem tão merecida. Observando, aqui, as tão belas palavras do nosso Presidente e as considerações feitas, foi possível perceber o quanto a sua pessoa tem-se dedicado, principalmente às questões das ciências humanas, na área da saúde. Este Vereador atua nesta área há mais de vinte anos e percebe, de fato, que existem muitas pessoas que ainda estão voltadas à ação social, necessária para a nossa Cidade e para a humanidade.

Em nome do Partido dos Trabalhadores, queremos nos somar a todos nesta homenagem, dizer que é assim, que nós precisamos de homens capazes, não só de obter títulos, mas capazes de fazer algumas ações voltadas à área social. Em poucas palavras, e sensibilizados, queremos também participar desta magnífica homenagem proposta pelo nosso Presidente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Amigos do nosso homenageado; porto-alegrenses, hoje, esta Casa viveu importantes e emocionantes momentos. Há pouco aconteceu a homenagem ao Desembargador Garibaldi Almeida Wedy. Agora, a do Sr. Zélio Wilton Hocsman, a quem homenageamos neste momento.

Quero parabenizar o Presidente desta Casa, Ver. Luiz Fernando Záchia, por esta iniciativa, que obteve aprovação unânime entre todas as bancadas, porque o homenageado desta noite tem, como marca de sua trajetória - além de empresário, de líder empresarial, de dirigente de entidades do mundo do esporte, que o fez mais conhecido - uma vida voltada a ações que se colocam dentro das prioridades do nosso tempo. Ao longo da sua história, foi parceiro de várias iniciativas de resgate social: resgate à criança, a adolescentes em situações de risco. Participou de ações voluntárias em entidades como o Lions, Parceiros Voluntários, Hospital do Câncer Infantil, colocando-se no mundo como cidadão que busca contribuir para minimizar situações de seres humanos em condições desprivilegiadas.

Aproveito este momento para refletirmos um pouco sobre a importância de ações como estas, porque vivemos em um tempo onde os sonhos e as esperanças são instrumentos fundamentais da mudança, e, para que elas aconteçam, é preciso ações concretas dos que, de forma solidária, dão o seu tempo e emprestam o seu prestígio a essas causas, que são grandes, são as grandes causas a ser enfrentadas no século XXI. São ações anônimas na defesa dos filhos anônimos da hostilidade, dos filhos do abandono, dos filhos da exclusão. Talvez essa seja uma faceta do homenageado, não tão conhecida como outras que aqui foram citadas pelo Vereador que me antecedeu, mas elas, seguramente, são consideradas fundamentais por todos nós, por pessoas conscientes da importância do compromisso social que devemos ter com a humanidade, e sabemos o quão importante é ver resgatado um ser humano, nem que seja apenas um.

Portanto, se vivemos em um momento da humanidade em que se rediscutem os paradigmas desta sociedade, uma sociedade na qual esperamos que a solidariedade seja a marca do nosso comportamento do presente e do futuro, ninguém melhor do que o senhor para receber esta homenagem. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em nome do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É evidente que uma solenidade que tem como objetivo consolidar uma decisão unânime desta Casa que aprovou o Projeto de Resolução, proposto pelo Presidente da Casa, Ver. Fernando Záchia, e outorgou a maior distinção deste Município a um cidadão da Cidade de Porto Alegre - naturalmente, Ver. João Dib, V. Ex.ª me honra ao solicitar que me manifeste em seu nome nesta hora - teria de ser revestida desse ar cerimonioso que está nos envolvendo.

Custa-me crer que o Ver. João Bosco esteja quieto, ouvindo atentamente os pronunciamentos que estão ocorrendo. Vejo o Ver. Isaac Ainhorn circunspecto, ao lado da Landa, todos quase quase a se indagar sobre qual será o próximo passo. É que eu tinha até preparado um discurso que falava dessa multiplicidade de facetas que tem o Zélio, o homem do Instituto do Câncer Infantil, do IPA, das várias federações esportivas das quais participou, do Conselho do Grêmio Porto-Alegrense, das suas atividades empresariais na Bolsa de Mercadoria, estava escrito tudo isso, mas é difícil, Zélio, eu não me curvar, nesta hora, à necessidade de improvisar, ser espontâneo e sincero.

De fato, o Zeca teve toda a razão quando disse que o “Zélio é o Zélio”, com a sua forma de ser, irreverente, sempre com bom humor, sempre com um astral elevado, e, mesmo numa hora de contrariedade que ele possa ter, aqui ou acolá, por alguma razão qualquer, ele sempre tem uma forma bastante bem-humorada de colocar essa sua divergência eventual que possa ter com os seus amigos - que estão aqui presentes em grande número - em uma plêiade que até é difícil citarmos, porque, se fôssemos citar um, omitiríamos outro; se eu falo no Miguelão, eu me esqueço do Joãozinho; se eu falo do Darci Araújo, que há tanto tempo eu não via, eu vou me esquecer do Cli. Estão aí o Adalberto, o Dênis, estão presentes pessoas do Grêmio, do Colorado, da Cidade de Porto Alegre, as quais tiveram o privilégio, ao longo do tempo, de ter, naturalmente, convivido com o nosso homenageado de hoje.

Dizia o sisudo professor Armando Câmara que “o valor é o dinamismo da relação do ser com os seus fins”. Evidentemente que isso se aplica ao nosso homenageado de forma exemplar. Nós perguntaríamos onde o Ver. Záchia se inspirou e quais foram os valores que o motivaram para fazer esta homenagem que se realiza no dia de hoje. Nas tarefas comunitárias do Zélio? Nas tarefas de liderança esportiva? Na sua condição de exemplar pai de família? Na sua condição de grande cidadão? Onde? São diversas as alternativas, em várias situações, nas quais ele poderia se inspirar. Então, eu agora me encaminho a concluir o meu pronunciamento, porque o Presidente, zeloso, não teve o esquecimento que eu tive, de marcar o tempo dele, quando ele se manifestou, e agora me alerta sobre o fato de que eu devo concluir, e eu quero fazê-lo da maneira mais original que pode existir.

Diz um cidadão que com freqüência dá palpites na rádio que “O Grêmio é Grêmio porque é Grêmio”, e nós dizemos que “O Zélio é Zélio porque é Zélio”, assim, com a sua forma de ser, especial, vivendo com a sua família, com a sua esposa, fazendo uma sopinha quente, lá em Capão da Canoa; discutindo com as pessoas na entrada do Estádio Olímpico; comparecendo em uma emissora de rádio e dando o seu palpite, sempre com bom humor. Essa é a figura que nós estamos homenageando no dia de hoje. É disso que nós precisamos. Nós precisamos entregar à Cidade de Porto Alegre uma declaração textual de que aqui nós não homenageamos só os poderosos, de que nós não homenageamos somente os ricos, de que aqui nós não homenageamos somente aqueles que têm acumulado potências materiais mas, aqui, nós homenageamos àquelas pessoas que devem servir de exemplo para a nossa querida Cidade de Porto Alegre. E o Zélio, como bom pai de família, como cidadão exemplar, como grande amigo que é, é o exemplo que hoje a Câmara de Porto Alegre oferece aos munícipes, através da iniciativa do Ver. Fernando Záchia.

Zélio Hocsman: Cidadão de Porto Alegre com todas as pompas, com todos os brilhos e, sobretudo, com todos os méritos. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra e falará em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu havia pedido ao querido Ver. Reginaldo Pujol que falasse por mim. Mas, ouvindo o Presidente chamar o nosso homenageado de Zelinho, não resisti à tentação de, também, somar a minha voz às vozes que aqui se sucederam. E eu estou aqui, então, também, trazendo a homenagem do PPB ao Zelinho.

Na Exposição de Motivos do Ver. Fernando Záchia há dezenas de títulos: o estudante preocupado com os seus colegas, com a sua escola e que tinha liderança; o “leão” que, através da sua atividade leonística, no Lions, procura participar de todas as coisas da Cidade; há atividades filantrópicas, muitas, que também ele não diz. É empresário, mas é, sobretudo, um homem de fisionomia tranqüila e sorriso bondoso. Isso faz com que se diga: Zelinho!

Mas, meu amigo Zélio Wilton Hocsman, ninguém é homenageado sozinho! Porque todas essas honrarias que estão sendo recebidas neste momento, todas as palavras que estão sendo dirigidas a ti, neste momento, também têm parte daquela outra platéia que sempre encontraste em casa, para te dar esse sorriso tranqüilo, essa face cheia de bonomia. E aí estão a Ana, o Henrique, o Luciano e o Humberto, que nos deixou. Isto é importante: a família, que está, hoje, aqui, para te aplaudir, mais uma vez.

Então, hoje, a Cidade de Porto Alegre te outorga um título por tudo que tens feito na tua vida. Tu tens seguido os três “erres”: respeito a ti mesmo, respeito aos outros, aos teus semelhantes, e responsabilidade nas tuas ações. É isto que a Cidade de Porto Alegre - quando te outorga o Título de Cidadão Emérito - não te pede, te exige: que tu continues sendo assim mesmo; servindo a tua coletividade; servindo aos teus amigos; fazendo com que esta Cidade, a nossa Cidade, a cada dia tenha algo de melhor. Isso tu podes fazer, porque tens apoio. Eu te desejo, em nome do meu Partido, saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra pela Bancada do PDT.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em meu nome, em nome do Ver. Isaac Ainhorn, do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. Humberto Goulart e do Ver. Ervino Besson, que formamos a Bancada do PDT, nesta Casa, depois da passagem, por esta tribuna, de vários companheiros, todos ressaltando a importância do Zélio Wilton Hocsman.

Tenho dito, tenho repetido que nós não vamos a lugar nenhum sem o apoio de alguém, nós não somos ninguém sozinhos, sempre há uma mão amiga, sempre há alguém que nos traz uma palavra de conforto, uma palavra de solidariedade, uma palavra cristã, e esse é o papel que o Zélio tem desempenhado.

Quando vejo a Ana aqui, o Luciano, o nosso “Maionese”, o Henrique, as noras, os netos – o Henrique, que um dia resolveu ser piloto de automobilismo, e quase levou o Zélio à loucura - fico pensando, Zélio, o quanto faz falta para todos vocês o Beto. No ano passado tivemos uma oportunidade, fui eu que propus aqui, inauguramos uma praça com o nome do Beto, ao lado do Ginásio Tesourinha. Falo isso porque conheço o Zélio não só do esporte, mas de um contato mais pessoal. Eu conheço o Zélio junto de sua família, conheço o pai, o Zélio Hocsman, sempre no Grêmio, com os filhos, o Henrique, casado, o “Maionese”, a caminho. Sempre com aquela palavra de carinho para os filhos. Nessa sociedade em que vivemos - hoje, uma sociedade desconfiada, uma sociedade desestabilizada - em que nós não sabemos mais se o nosso melhor amigo ainda é o nosso amigo, eu vejo os filhos do Zélio beijando o Zelinho, o Zelinho beijando os amigos dele! É disso que esta sociedade precisa: amizade verdadeira, solidariedade, carinho. Quantas e quantas vezes o Zelinho sai de casa com cento e vinte litros de leite para levar à Vila Lupicínio Rodrigues. Só porque ele quer que aquelas pessoas, que não são bem aquinhoadas, que residem ali, cuidem daquela praça que tem o nome do Beto. Pois o Zelinho vai ali, não precisava, mas, em contrapartida, leva o leite para alimentar aquelas pessoas.

Quando olho essa platéia de amigos do Zélio: Túlio Macedo, Júlio Hocsman, Saul Berdchcwsk, João Severiano, Lauro Quadros - meu companheiro, jornalista, foi Vereador, e é Cidadão de Porto Alegre; vejo o Nelci Zaffari, o grande Chapinha, o Otacílio Gonçalves, e tantos outros, Zelinho, tens que sentir um grande orgulho. Esta homenagem proposta pelo Ver. Fernando Záchia não é apenas do Vereador, não é uma homenagem apenas desta Casa, dos Vereadores que votaram esta proposta por unanimidade: esta é uma homenagem de Porto Alegre. Nós queremos resgatar a cidadania através do esporte, que é uma área em que tu militas. Ou será que o esporte não é um veículo de integração social? Será que não é, também, através do esporte que nós podemos andar, caminhar e tomar decisões para tirar das ruas esses meninos que aí estão? O Zélio sabe muito bem como fazer esse tipo de coisa.

Há também o Zélio descontraído, o Zélio irreverente, o Zélio que já sofreu as adversidades da vida, mas que soube driblar todas. Eu vejo o Willi, aqui, irmão do Zélio. Peço permissão para contar uma história e mostrar quem é o Zélio. Lembro aquelas eleições difíceis do Conselho do Grêmio. Aliás, o Zelinho gosta de uma eleição. Numa eleição, havia duas chapas concorrendo ao Conselho do Grêmio Porto-Alegrense. O Willi e o Zélio são muito parecidos. Um torcedor encontrou o Zélio e disse: “Oh, Willi!” Não era o Willi, mas o Zélio ficou frio, já que estavam em eleição e era candidato na chapa do Conselho. O cidadão disse: “Oh, Willi, eu só não voto na tua chapa por causa do teu irmão, nós temos que tirar o Zélio do Conselho.” O Zélio mandou o cara longe, mas, com bom-humor, tocou a vida.

Quero abraçar também o Dr. Jaime Eduardo, Marcos Hermann e as pessoas que estou vendo, que estão dando esse grande e merecido abraço no Zélio Hocsman. Muito obrigado a todos. Não percam, o Zelinho abriu a mão e está pagando um coquetel depois desta Sessão Solene. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, pela Bancada do PTB.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer que hoje é um dia muito feliz para esta Casa e para, nós, Vereadores. Há poucos minutos, como proposição minha, também aqui, demos o Título de Cidadão de Porto Alegre ao Desembargador Garibaldi Wedy. Fiz questão de permanecer, não como Líder da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, mas como amigo e desportista.

Quero dizer que, quando o Ver. Fernando Záchia me chamou, ali na minha tribuna, e me passou aquele manifesto, não sei se foi pela minha condição de Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, ou se ele queria que nós, Ver. João Bosco Vaz, como desportistas, déssemos o primeiro passo no sentido de darmos este Título tão significante ao Zélio. Acho que foi porque somos desportistas.

Esta Casa é representativa e, portanto, o Zélio é uma parte da representação da nossa sociedade. Zélio, como desportista, que é como te acompanho mais nesta vida - e o Ver. João Bosco Vaz citou aqui algumas peculiaridades tuas, e este é o teu perfil, da adversidade, da perspicácia. No Grêmio eu não sei a que setor do Conselho Deliberativo, a que chapa tu estás ligado, mesmo porque isso nunca me interessou, porque o que me interessou foi a tua presença, como desportista, que tem uma facilidade de entrar nos meios de comunicação que, possivelmente, outros não têm. Isso é pela tua forma de agir, pela tua facilidade de penetrar nesses ambientes – quem sabe por todo esse retrospecto que foi passado aqui - mas tenho certeza de que, de agora em diante, tu vais representar o povo de Porto Alegre com mais significado, com mais força ainda, porque esta Casa, que tem vários segmentos da sociedade, tem agora, por meio de sua pessoa, uma responsabilidade maior.

E nós, que nos preocupamos muito, nesta Casa, com as drogas, com as escolas, com os adolescentes, temos a certeza de que o teu trabalho será maior ainda no objetivo de fazer voltar à sociedade a nossa juventude, já que tu és um representante do esporte, sim, e que nós, desportistas, possamos fazer um trabalho de conscientização com a nossa sociedade a respeito dos males que fazem as drogas para a nossa juventude, para a nossa sociedade e para as nossas famílias.

Portanto, quero registrar, em nome deste Vereador, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome dos Vereadores Haroldo de Souza e Elói Guimarães, a nossa solidariedade e, mais do que nunca, prestar a nossa homenagem, para que tu continues com esse trabalho brilhante de amizade. Estamos, nesta Casa - como estamos vendo - gremistas e colorados, colorados e gremistas, irmanados num objetivo só, que é te homenagear como pessoa, como cidadão e, agora, com mais esta alternativa - que vai, sem dúvida, elevar ainda mais o teu trabalho - de seres Cidadão Porto-alegrense. Um abraço deste amigo, deste Partido e de seus Vereadores. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Ver. Isaac Ainhorn a proceder à entrega da Medalha e do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Zélio Wilton Hocsman, juntamente com este Presidente.

 

(Procede-se à entrega da Medalha e do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Neste momento, vamos ouvir a palavra do nosso novo Cidadão Emérito de Porto Alegre, nosso querido Zelinho.

 

O SR. ZÉLIO WILTON HOCSMAN: Eu sempre tive princípios éticos e sempre fui contra o protocolo, mas deram-me um papel, e vou procurar acompanhar a exigência do protocolo.

Sr. Presidente desta Casa, meu amigo Dr. Fernando Záchia; Ex.mº Sr. Dep. Kalilzinho Sehbe Neto – desculpe, Kalilzinho - juventudino que, no íntimo, leva um pouquinho do tricolor; Dr. Oli Érico Facchin, meu amigo - algumas vezes divergimos, não é, Facchin, mas não deixamos de ser amigos, pois tu continuas naquela moita fantástica, e eu aqui te acompanhando; Professor Cleomar Pereira Lima, Presidente do Conselho Regional de Desportos-CRD, meu amigo de façanhas incontáveis e algumas contáveis de alguns anos e muitos anos, por exemplo na Federação de Basquete e outras coisas mais, não é, meu amigo? Eu trouxe um lembrete por causa da emoção que eu temia. Mais uma vez, a bondade divina me disse: “Rascunha, porque tu vais ficar envolvido por uma emoção muito forte, e naturalmente vais ter um branco.” Realmente, eu estou com um branco.

Zelinho, Cidadão de Porto Alegre, espetáculo!

Quantas vezes compareci aqui nesta Casa para prestar homenagem e, enquanto discorriam os discursos, eu ficava imaginando o quanto seria honroso para mim, em algum momento, ter essa alegria, esse prazer, essa honra, realmente, de um dia ser eu o homenageado. E começava a fazer um retrospecto da minha vida de adolescente, jovem e criança.

Estudei no Julinho. Ponto bom, estudante do Julinho sempre favorece. Mas aí, em seguida, lembrava que tive curta passagem, porque peguei uma aranha, botei no caderno de chamada de uma professora, grávida, a coitadinha foi fazer a chamada, olhou a aranha, desmaiou, foi uma tragédia. Fui convidado pelo Diretor Natal Paiva para procurar outra escola; uma injustiça.

Aí, imaginei um pouco, pensei no Rui Barbosa, Legião Estrangeira, lá eu posso ficar tranqüilo. E fui, realmente, nunca fui um mau aluno, mas um perturbador em aula. Uma professorinha de Geografia jurou que me rodaria. E eu pensei: bom, vou ter que estudar, pelo menos, Geografia, para que ela não me faça rodar, porque nas outras eu colava, naturalmente. Prova final, exame oral, naquela época, ela preparada para me engolir, a banca também, chamei os meus colegas e disse que queria testemunhas, porque ela ia querer me rodar. Toda a aula presente, fui chamado, Zélio, o último. “Sorteia o ponto”. Não, sorteie a Senhora. Ali já complicou um pouco.

Resumindo, fui aprovado, passei, não tinha como rodar, porque eu realmente conhecia toda a matéria. Maravilha a aprovação, se não fosse um descuido da minha parte, pois ela era uma professorinha bonitinha, pequenininha e eu não resisti e a levantei no ar. E disse a ela: “Tu pensaste que ia me rodar, mas não me rodaste.” E ela gritava: “Me solta, me solta!”, e eu a soltei. Ela caiu, foi um horror.

Aí, o professor Saul Nicolayewski, novamente, outra injustiça: “Oh, lamentavelmente, foste aprovado, és um aluno dos médios, mas não dá para continuar”. Então, está bem. Fui procurar acolhida e achei essa acolhida no IPA. Escola que me deu guarida, vamos pensar assim. O seu lema: “Veritas liberabit vos” - a verdade vos libertará. Seu conceito de liberdade com responsabilidade. E lá conclui o que restava do curso primário, na época o Ginásio, o Científico e Contador, e sempre incomodando. Não fui um belo aluno, penso que fui dos médios, mas em trabalho tenho certeza absoluta que fui um dos que mais deu trabalho ao IPA. Mas agradeço muito e vou fazer aqui um merchandising, para ver se sai uma bolsa para os meus netos, que estão lá hoje. Prof. Edini, que está aqui, sabe o quanto eu apreciei o tempo em que lá estive. E depois de formado, casado, formei três filhos no IPA e, hoje, tenho dois netos estudando no IPA. Trabalhei nas associações comunitárias, CPM, ADIPA, por mais de dez anos. E foi uma forma de eu, efetivamente, reconhecer tudo aquilo que o IPA fez, me segurou durante anos. Exatamente estou aqui agradecido àquela escola que tem uma integração perfeita com o esporte, com a educação, conseguiu realmente unir as duas maiores esperanças que eu sempre tive na relação do conhecimento e do esporte.

Fui escoteiro. Uma boa ação por dia. Quem sabe essa foi uma oportunidade para um dia eu ser agraciado com o Título, como estou sendo hoje.

Carnaval. Eu, muito amigo do Dioli e do Ariovaldo, dois negrinhos maravilhosos, meus amigos do Bambas da Orgia, uma escola que, por suas cores, era a minha preferida: azul e branco. Com problema de tamborim e surdo. Lembrei que os escoteiros tinham uma banda. Emprestei os couros dos tambores aos Bambas da Orgia. Os escoteiros, normalmente só usavam aquela banda para ensaiar às vésperas da Semana da Pátria. Naquele ano, o chefe da principal tropa de escoteiros do País, Guia Lopes, resolveu fazer ensaio em junho. Cadê os tambores? E o coro de “quem foi quê...?” Uma esculhambação, uma loucura! Levantei-me, timidamente: “Fui eu.” “O que houve?” “Eu os emprestei aos Bambas da Orgia.” Ele não entendeu, quis me dar um esculacho. Eu larguei os escoteiros. Porque um chefe dos escoteiros não foi capaz de entender que um tambor era tão importante para a Semana da Pátria quanto um surdo e um tamborim no carnaval para uma escola de samba. Resolvi largar e seguir a minha vida.

E, assim, fui exercitando a minha memória, pensando em chegar a este dia que - surpreendentemente, por indicação desse querido amigo - cheguei, e estou, efetivamente, emocionado. Nas minhas elucubrações, eu pensava em todas as minhas passagens. Morei em frente ao Krahe, na Rua da Praia; isso era um assunto importante. Freqüentei a Confeitaria Central, maravilhosa. Freqüentei as boates Marabá, América, Maipu. Quem é velho deve saber. O Pujol sabe. Mas nada adiantaria, se Maipu tem quarto, não tem quarto; discute-se até hoje; eu sei que tinha. E assim, continuei. Mas nada daquilo adiantaria para que eu, um dia, fosse merecedor desta homenagem de hoje.

Praça Júlio de Castilhos, jogo de dado. O Marcelo sabe: três é o ponto. E dava o três porque eu precisava ganhar, ou não saía um “sanduba.” E eu resumi que, para ganhar este Título, só se os Vereadores fossem o Gildo e o Carlinhos, donos do Treviso; o Carioca, dono do Marabá, enfim, os amigos daquela época de saudosa memória. Mas isso tudo passou, e a vida, madrasta, muitas vezes, bondosa, caridosa e cheia de graça, outras vezes, me deu a primeira pancada: perdi meu pai. Cinqüenta anos, jovem, vibrante, a lanterna que iluminava meus caminhos. Eu, vagabundo, porque sempre fui consciente daquilo que fazia, perdi o rumo. E agora? Minha mãe para sustentar; o meu irmão colaborando comigo, me ajudando, mas também na mesma situação. Foi uma perda que eu imaginei irrecuperável, mas não havia outro caminho senão ir à luta. Eu já estava iniciando uma carreira de trabalho, ganhando pouco, e muito pouco, por sinal; eu recebia no fim de semana e dava para o bicheiro direto para ver se aumentava o salário. Tudo porque eu queria, naquele momento, me aproximar mais daquilo que a vida realmente proporciona, dentro da sua graciosidade e das graças.

Entre as graças que ela me proporcionou, a maior delas está aqui: a Zóia, minha mulher, hoje, uma dona-de-casa, companheira maravilhosa que trilhou comigo caminhos tortuosos, difíceis, recém-formada, cheia de sonhos e eu pretendendo ser alguma coisa, mas, em razão da perda prematura do meu pai, tive que abandonar tudo e ir em busca daquilo que realmente se faz necessário para a sobrevivência. Apaixonadíssimo, mulher bonita, eu um judeuzinho feio, tendo que conversar bem para poder segurar. Recebi várias propostas para ganhar cinco, dez vezes mais do que eu ganhava, mas pensava: “Eu só vou largar depois de pegar esse galetinho”, realmente era uma boneca. Agarrei mesmo, não tinha conversa, eu trabalhava bem com o verbo. Surgiu uma oportunidade: “Vai embora, vai para Palmeira das Missões, trabalhar em Palmeira das Missões.” Pintei um sonho maravilhoso para mim: “Vou voltar de lá com dinheiro”; os meus amigos todos da época, aqueles vagabundos estavam todos encaminhados; médicos, dentistas, advogados, e eu no interior, em busca daquilo que seria a minha salvação. Realmente teria sido isso se não fosse uma catástrofe, deu tudo errado, eu não busquei o que queria, tive a felicidade, lá, naquela velha Palmeira das Missões, com minha mulher, uma guriazinha nova, não sabia nada, aprendeu tudo, cozinheira exemplar; hoje, doceira, vende doce. Foi embora comigo, disposta a me ajudar, em Palmeira das Missões, em 1959, 1960, 1961. Quem ia para lá passava e chegava em Frederico Westphalen, aí tinha que voltar para Palmeira, porque não sabia que ali era Palmeira das Missões.

Fiquei vários anos pretendendo chegar no espaço que cheguei. Lá, tivemos dois filhos maravilhosos; o Henrique, que está aqui, meu companheiro, meu amigo, me agüenta há vinte anos, sempre do meu lado. O Beto nasceu em Palmeira. Aí as coisas deram erradas, eu tive de voltar e recomeçar uma vida toda, sendo que os meus amigos todos já estavam realizados. Eu tenho de agradecer aqui ao meu sogro e a minha sogra que me seguraram, às minhas cunhadas que nunca reclamaram nada, e eu estava louco de medo que, em algum momento - eu fui para voltar com dinheiro e voltei mais pobre do que fui – alguém me dissesse - porque a minha mulher é de origem alemã e a minha sogra é italiana - que eu saísse fora.

Eu morava com eles em um apartamento tímido, com dois filhos, e fiquei com receio de que, em algum momento, houvesse uma manifestação no sentido de alguém dizer para a minha esposa: “Tu és uma guria bonita, estudiosa, formada, e, com tanta gente boa, foste casar com um judeu, o único pelado que está aí e ainda está gastando o pouco que nós temos.” Aquilo ali realmente me deixou... Porque aconteceu tudo ao contrário. O meu sogro me deu apoio, a minha sogra me deu apoio, a minha mulher, com todo o conhecimento dela, me deu um apoio fantástico, fazia tricô, era generosa, e, tem, ainda, um amigo nosso comum, que não me pagou até hoje uma lembrancinha que foi feita.

E assim a vida foi continuando. Eu tive de recomeçar tudo. Tive momentos alegres e felizes, e, quando eu achei que a coisa ia embora, tendo os meus filhos, o Luciano, o Henrique se esforçando, o Betinho, campeão brasileiro de basquete, bi-campeão, futuro advogado, forte, bonito... É uma loucura esta vida que nos ataca de maneira violenta. Nos poda de maneira incrível, coisa que eu nunca imaginei que pudesse acontecer, embora soubesse de casos acontecidos, esta vida me deu outra porrada, essa foi forte, essa doeu. Era um guri bonito, não tão bonito quanto o Luciano, é verdade, está aí esse alemão querido, não tão vibrante quanto o Henrique. Todos conheceram ele, inclusive já é nome de praça, graças ao meu amigo João Bosco Vaz, mas aquela perda e esse ato com o qual eu sou obrigado a conviver até hoje...

Eu me obrigo a mentir para mim mesmo, no sentido de que tudo é maravilhoso, que eu sou irônico, que eu brigo, que eu divirto, mas o que está aqui dentro só Deus, a minha mulher, os meus filhos e os meus netinhos sabem, e sabem que essa perda é irreparável. Esse sentimento eu jamais vou perder. Só Deus sabe, às vezes, e somente Ele me deu forças suficientes, e a minha mulher, seguramente, para que aprendêssemos a conviver com essa saudade eterna e com essas lembranças maravilhosas desse guri, que foi um vencedor, e que, naturalmente, seria uma autoridade dentro da profissão abraçada, porque ele tinha vontade, tinha força, tinha liderança e tinha tudo aquilo que um pai poderia desejar que um filho tivesse. Mas a vida é assim: ela dá e tira, e Deus dá forças para segurar essas cargas pesadas, pesadíssimas. Hoje, felizmente, estou de pé de novo. O Luciano, encaminhado, advogado consciente... Eu ia falar que está “de montaria nova” - é uma namoradinha nova - penso que agora vai dar certo; é colega. Das que passaram por ali, parece – tudo bem – a melhor.

O Henrique está aí. Casou com uma menina que eu vi nascer. A Helga, mãe dela; eu olhava aquela guriazinha bonitinha e dizia: “Bem que um filho meu podia chegar aí.” O Nilton, pai dela, dizia: “Aqui, não! Eu te conheço!” Tudo passado, o presente era outro. E, de repente, está aí a Fernanda Rosa Hocsman, hoje. Ela me deu dois netos maravilhosos. O pequenino, safado, já fez sinal. Graças a Deus, diabólicos. Se fossem diferentes, eu iria me sentir mal; têm que ser assim mesmo, têm que incomodar, tem que pedir. Se tem, leva. Se não tem, não vai levar.

Então é assim. E as coisas vão continuando... Deus me dando essa redobrada alegria.

O Luciano, desnecessário falar no “Alemão”. Meu filho, meu amigo, zagueiro, segura todas: “Pai, não devia ter dito isto. Pai, o que isso? Pai, não faz isso. Pai, não diz isso. Pai, por que brigar com o Facchin? Deixa o Facchin, falou, falou, deixa!” Então é assim, Luciano, que eu te quero tanto. Meu filho, me controla! Não tenho palavras para dimensionar o apreço, o carinho e amizade que eu tenho pela minha mulher, pelos meus netos, pelas minhas noras e pelos meus filhos, enfim, por todos. É muito complicado para a gente poder preencher todo esse espaço.

Vejo ali o Milton Rosa, chegando atrasado; com certeza é para o coquetel. Mas é pago, meu amigo, vai ter de botar um pouquinho. Assim procuramos ir sobrevivendo a todas as intempéries e alegrias da vida.

Eu, sinceramente, Luiz Fernando Záchia, não teria palavras para transmitir toda a minha sensibilidade por este momento. A vocês todos que estão aqui, não vou nominá-los, mas vou lembrar do que me dizia um assessor - eu já fui dirigente de um grande clube do interior, o Ouro Verde porque tinha verde e azul na camisa, e o adversário era o Palmeirense, que tinha vermelho. Consequentemente, cheguei: “Qual é o que não tem vermelho?” Era o Ouro Verde. “Então é o meu.” Aí, como todo o clube do interior, começa a temporada, tem gente; acabou a temporada, acabou o plantel. E, cada vez que reiniciava a temporada, eu chamava o tenente Peixoto, assim chamado, carinhosamente: “Dá uma olhada o que temos de plantel aí.” E, terminado aquele assunto ele voltava e dizia: “Olha Zelinho o nosso ‘prantel’ tem ‘atreta’ de hoje, tem ‘atreta’ de ontem, tem ‘atreta’ de ‘ontonte’ e tem ‘atreta’ de ‘tresontonte’”

Então eu queria realmente sintetizar isso tudo e dizer que eu os vejo aqui, amigos de hoje, de ontem, amigos de anteontem, de três anteontem. Fico muito feliz com a presença de todos vocês aqui e extremamente sensibilizado. O meu amigo Fernando Záchia - dane-se o protocolo - conseguiu mostrar um fato, e penso que foi o Nilo quem me disse isto, no consultório - aliás, estou devendo um pouquinho, mas vou acertar - ele dizia assim: “Zélio, está provado que uma amizade sólida, forte, supera qualquer divergência de credo, seja ele político, religioso, racial ou esportivo.” É verdade. Está aí o Nando, origem libanesa, colorado; eu sou judeu e gremista; aproxima-se a paz no Oriente Médio. Ele, essa figura querida, foi realmente quem propôs que eu fosse homenageado com tamanha honraria, e hoje, sou, graça a Deus, Cidadão Emérito de Porto Alegre.

E a Porto Alegre e aos Srs. Vereadores, enfim, vou me permitir, agora, sim, ler porque não sou adepto de poesias, mas eu li, gostei e é uma forma de agradecer a Porto Alegre: (Lê.)

“Porto Alegre, te amo em todos e com todos os sentidos./Amo tua história, não só porque faço parte dela,/mas porque te amo, te amo em ti ou exilado de ti./Meu amor não tem medidas nem fronteiras./Te amo em tua pobreza e em tua majestade,/na tua evolução, nos teus descaminhos,/te amo nas palavras, nos gestos, na saudade, desde minhas raízes./E porque te amo e creio em ti, é que te exalto/e, em ti espero abraçar o velho sono” Poesia de Nélson Fachinello.

Muito obrigado a todos vocês, e desculpem aí por alguma impropriedade. (Palmas.)

Eu só pediria um pouquinho mais de atenção. Por favor, sentem-se. É que eu pensei, repensei, pensei comigo mesmo, se deveria ou não deveria ler o que está escrito nestes três envelopes. O meu filho viu os envelopes no meu bolso e disse: “Tu não vais falar”. “Não, eu não vou, eu já esqueci e tal.” Mas agora, durante o momento esse em que procurei manifestar alguma coisa, lembrei que hoje, pela manhã, recebi um arranjo de flores maravilhoso e três envelopes, e pensei que fosse alguma brincadeira da minha Confraria Perdidos na Noite, e vejo vários amigos de lá, aqui; até o Josias podia pagar a próxima, e eu “vou ler ou não vou ler”? Vou ler para ratificar exatamente aquilo tudo que falei da minha família.

Vou começar pelo meu filho mais velho, e há duas pessoas aqui, meus amigos que vieram do Uruguai, que vão entender perfeitamente o porquê de o meu filho Henrique escrever dessa forma. (Lê.)

“Zélio, Zelinho, exemplo de cidadão, só quem nunca conviveu contigo ficou surpreso com o merecido Título; aliás, como tu já o ouviste bem longe de Porto Alegre.”

E o Hélio Peres e o Ricardo Ranks estão aqui, e sabem perfeitamente quem me disse isso. E o meu filho gravou isso. Continuo: “Cidadão, senhor; senhor se nasce, e tu, mais do que ninguém, soubeste aprimorar esse dom. No Uruguai, diz-se que ‘senhor se nasce e senhor não se faz’. Mais uma vez, estamos orgulhosos e agradecidos pelo privilégio de sermos teus filhos, noras e netos. Um beijo. Henrique, Fernando, Felipe e Fernanda”.

Vou deixar o cartão do meu neto para o final, porque é o mais sábio, o mais velho. O pequeno Fernandinho escreveu. (Lê.)

“Vô, você é o melhor Vô do mundo. Eu digo parabéns por sua vida e por seres Cidadão de Porto Alegre. Vô, eu te amo. De Fernando para Zélio, com carinho”.

Luciano, bacharel, deu-me um cartão muito bonito, vou ler o que ele escreveu. (Lê.)

“Cidadão: 1- Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. 2 - popular – indivíduo, sujeito, gente. Dicionário Aurélio. De forma simplista e literal, a palavra ‘cidadão’ possui significado constante no nosso dicionário da língua portuguesa. Entretanto, ‘cidadão’ é muito mais do que isso. Tu nos ensinaste, ao longo dos anos, através da tua maneira de encarar a vida, que ser cidadão é lutar por si e pelos mais necessitados. É contribuir, é sorrir, é ter sempre uma palavra de apoio, carinho ou incentivo nas piores horas, é vibrar junto nos bons momentos e ser generoso, é buscar e fazer o bem a qualquer custo e acima de tudo, independentemente de qualquer coisa. Enfim, pai, ser cidadão é ter coração, qualidade inerente a tua pessoa. Zelinho, exemplo de pai, marido, avô, sogro, amigo, homem.” Não tanto viril quanto já fui. “Sabíamos disso há muito tempo. Hoje, tua Cidade te reconhece e te presta essa homenagem ao te conceder o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Estamos orgulhosos, pai. Parabéns. Beijos. Luciano e Ana Paula”.

Eu queria saber qual a tua frase nisso aqui? (Palmas.) Isto é da Dona Zóia (Lê.)

“Zelinho querido” - e não podia ser diferente, porque o carnê é caro – “ hoje, especialmente hoje, abro o meu coração para lembrar-te algumas coisas. Há 37 anos, quando eu estava esperando o nosso primeiro filho, Henrique, fui repreendida pela Dona Ester, tua avó, que me perguntou: ‘O que fizeste para que o Zelinho se tornasse uma pessoa tão boa, tão diferente?’ Eu, muito brava fiquei, e, malcriadamente, lhe respondi: ‘Eu não fiz nada, ele já nasceu bom; ele sempre foi assim, ele tem berço.’ Acredito até que, por um lapso de memória - mais de 80 anos - ela esqueceu que tu eras filho do Henrique e da doce Fani Hocsman.

Zelinho, os anos passaram e tu procuraste dar exemplos de dignidade, de lisura, de garra, de muito carinho, para mim e para teus filhos, teus netos, teus amigos, e para a tua Porto Alegre. Buscaste ajudar pessoas carentes e necessitadas. Fizeste da filantropia uma forma de comportamento. Tudo isso desprovido de interesse pessoal. Fizeste tudo de coração aberto, franco. Zelinho, grande pai, marido muito especial e fiel amigo dos amigos, hoje tu és reconhecido. Cidadão Emérito de Porto Alegre, que orgulho para todos nós. Tenha a mais absoluta certeza de que, assim como eu, o Henrique, a Fernanda, o Luciano, a Ana Paula, os dois rebentos, moleques, Fernando e Felipe, o nosso querido Beto, que - tenho certeza, pela vaidade dele, pelo prazer dele, pelo sentimento dele - assim como esteve presente quando o João Bosco nos presenteou, está aqui vibrando comigo. Tenho certeza absoluta. Ser esposa e filhos do Zelinho não é para qualquer um. Te amo muito. Um beijo.”

Não sei se vou ter condições de atendê-la esta noite. Vou ler a mensagem do meu neto Felipe. (Lê.)

“Vô, parabéns” – vejam a inteligência! – “nunca imaginei que você chegaria a um Título desses. Quando soube, adorei. Boa sorte, Vô, te adoro. Assinado, Felipe” Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar a presença da Ver.ª Maristela Maffei, da Ver.ª Maria Celeste e do Ver. Isaac Ainhorn.

Ouviremos, a seguir, em pé, o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradecendo a presença de todos, damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h52min.)

 

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